Nos últimos dias 6 e 7 de dezembro, ocorreu o Congresso dos Estudantes da UFMA (XX CEUFMA). Em meio a todos os boicotes aos estudantes da Ilha, atrasos propositais e calúnias, desorganização e típica forma burocrática de guiar o movimento estudantil oportunista, o Coletivo Estudantil Filhos do Povo fez-se presente, com um número considerável de delegados, fruto de uma autêntica mobilização e conquista de C.A's/D.A's independentes e combativos. Prova cabal de que não temos rabo preso e não somos subservientes de partido eleitoreiro nenhum. Fomos dos únicos a puxarem eleições diretas de delegados e desde o início denunciamos a ausência de debate convocatório para os estudantes da Ilha, vide que pouquíssimos estudantes sabiam que aconteceria tal Congresso.
Ao longo do evento, a falta de compromisso e de organização ficou patente: atrasos gigantescos, insatisfação dos estudantes, péssimo recebimento para com os estudantes de outras localidades, mil e umas "decisões" de última hora e outras várias táticas listáveis, típicas do estilo de trabalho oportunista (se é que podemos chamar algo assim de trabalho).
As mesas que supostamente se propunham a debates, eram sempre permeadas por atrasos e por um nível de organização dos mais baixos possível. Delas não saiu nenhuma síntese, nenhuma nota sequer, a não ser o que convinha a UJS-JS-JPT, que seria tirar a comissão eleitoral para eleição do DCE. Estamos mentindo? Qual o resultado daquelas mesas de debate? Qual documento, qual síntese extraída dali?
O evento teve a presença das siglas nefastas das quais já estamos acostumados: UJS, Juntos, JSPDT, Levante, e outros sem número de juventudes do PT, todas acompanhadas de seus dinossauros infiltrados nos cursos, encabeçando gestões ilegítimas, fraudulentas e sem reconhecimento nenhum por parte dos estudantes, demonstrando sua atuação carreirista e de propósito eleitoreiro, sem compromisso nenhum com as massas estudantis, nem com suas demandas, apenas aplicando os mesmos métodos podres que já há muito geram descontentamento nos estudantes de modo geral.
Intervimos no debate público trazendo pontos que realmente eram importantes de serem respondidos, como a questão do passe livre estudantil, os cortes de verbas na educação e aos auxílios para o povo como o benefício de prestação continuada (BPC), pelo fim da escala 6X1 que assola os estudantes da Universidade e a necessidade de solidariedade com a verdadeira guerra que nosso povo vive no campo contra as violências sem tamanho do latifúndio, da grilagem e do governo de Brandão. Esses são encargos do movimento estudantil, tarefas de debate sobre nossa realidade viva e deveriam estar na ordem do dia! Nada disso, para eles, tinha a menor importância.
Denunciamos ali, também, que o advogado Brenno Gomes, que defende grileiros e latifundiários que estão agora mesmo atacando nosso povo indígena e camponês, é membro do PCdoB e veio da juventude desse partido, a UJS. Esse partido é um dos promovedores de ataques contra nosso povo, no nosso estado, nos mantendo entre os mais pobres do país, justamente por sua política de entregar de mãos beijadas nossas terras e riquezas a gente de fora, aprofundando os problemas gerados pela política de terras Sarney. Não é qualquer partido, portanto, representa essa ordem de miséria e sofrimento de nossa gente: tem nome e sobrenome.
Outra denúncia se dava em torno do fato de que um membro da UJS, criador de um tal "movimento Guará" que, enquanto era titular de superintendência na Secretaria da Juventude, foi formalmente acusado de importunação sexual pelo Ministério Público, tendo sido proposto por este órgão e aceito pelo réu a "suspensão condicional" do processo por 2 anos, por conta de suas boas relações dentro dos meios institucionais.
É espantoso como esse sujeito continua a comandar o movimento estudantil e protegido por entidades estudantis, sendo que somente estudantes de nosso Coletivo não aceitaram aquele ali coordenar e dirigir o Congresso, não tendo outra alternativa senão a covarde ação de sair pela porta dos fundos.
Porém, não são nesses pontos que os oportunistas focarão, e sim na suposta "agressividade" de nossas companheiras. Portanto, iremos destrinchar o acontecimento para que fique claro o que aconteceu:
A tentativa de agressão sofrida por uma companheira do curso de Pedagogia e militante do CEFP, perpetrada pelo diretor pelego da UNE, Jheymisson Kayron, e pertencente ao movimento da juventude petista ParaTodos - rosto esse já conhecido como um dinossauro dentro do curso de Matemática do IFMA-Monte Castelo, promotor do imobilismo e de todo tipo de falcatrua dentro da instituição. Ou seja, um estudante de outra Instituição atacou nossa companheira estudante de pedagogia da UFMA no Congresso de Estudantes da UFMA!
Isso não ficou barato! As companheiras do CEFP ali presentes reagiram de forma contundente e colocaram esses indivíduos, cujo destino podre já está traçado, em seu devido lugar: após a agressão covarde dessa figura pertencente contra uma companheira nossa, uma outra estudante do CEUMA, membra da UNE também, entrou na briga agredindo uma companheira nossa, para proteger seu cupincha covarde e agressor de mulher. Atacou uma companheira nossa e essa mesma companheira reagiu!
Nosso Coletivo é composto majoritariamente por mulheres, estudantes filhas de nosso povo, trabalhadoras, mulheres de luta. Isso nos é motivo de enorme honra e o caminho que traçamos e escolhemos é justamente o de vanguardear essa fúria revolucionária presente no coração das jovens proletárias de nossa cidade. Essa concepção nossa que, inclusive, está presente em nossa bandeira. É dessa forma mesma que queremos ser vistas!
A agressão covarde nunca passará em branco para um coletivo que de fato têm mulheres combatentes em sua linha de frente. Mais uma derrota do oportunismo, esse que em si já nasce morto! Iniciam a agressão e logo depois pedem ajuda para polícia, choramingam e desmaiam! Façam-nos o favor!
Gostaríamos que vocês, oportunistas profissionais, passassem um único dia vivendo como nossos companheiros e companheiras do campo, acossados pelo terror constante do latifúndio e da pistolagem, fenômeno este que acontece no nosso estado justamente pela aplicação política nefasta do partido de vocês!
Assinala-se que histórico, vergonhoso e de fato, a cereja do bolo, foi a postura pelega e conformista dos "vermelhos" da UJR/UP: tão bons em esgoelar suas denúncias contra o acobertamento do importunador sexual dentro do movimento estudantil (apenas da boca para fora); na hora em que as jovens militantes de nosso coletivo impuseram sua justa rebeldia, esconderam suas bandeiras e abaixaram suas cabeças. Orgulhosos de sua insignificância, ainda se colocaram dispostos a contribuir com as práticas antidemocráticas da UJS/JS/PT/JUNTOS et caterva, do qual se orgulham tanto em "combater", os "vermelhíssimos" da UJR protagonizaram um espetáculo que marcará a sua trajetória na capital (justamente o único local daqui onde são capazes de fazer algo, visto que não se importam em absoluto com nada que diga respeito ao Maranhão para além da capital) - montaram um "correntão" de homens, de braços dados, enquanto nossas companheiras agitavam: "O oportunismo anda escoltado, estupra a gente e tem proteção do Estado".
Qual o objetivo dessa cena? É motivo de orgulho para vocês somar com a patota de outros pelegos, onde vocês claramente serão os mais prejudicados?
Todas as forças do oportunismo convergiram, dos acobertadores de um importunador sexual e um advogado de grileiro, latifundiário e assassino do povo, à "revolucionários" de boca, todos atuando em conjunto para nos desferir ataques, prova cabal de que são farinhas do mesmo saco. Todas as cores das juventudes de Partidos da ordem se uniram para atacar os filhos e filhas do povo. Isso não é ruim não, é bom!
É precisamente no combate ao oportunismo no seio do movimento estudantil que faremos desenvolver nossa corrente, produzindo levas de jovens que, sem temer, combatem os intermediários, correias de transmissão e artífices da exploração sobre o nosso povo!
Na semana anterior ao CEUFMA, o CEFP protagonizou, mobilizou e compôs a direção do Simpósio "A Luta Pela Terra no Maranhão", onde trouxemos com dinheiro de nossa arrecadação lideranças camponesas, indígenas, quilombolas, ribeirinhas e quebradeiras de coco, além da participação ativa de intelectuais das mais diversas áreas. Em qualquer uma das mesas do Simpósio, em qualquer uma de suas intervenções, era-nos bastante claro e taxativo: essa falsa esquerda, da qual suas juventudes fazem carreira, ganhando ilicitamente dinheiro público para fazer palhaçada como a que fizeram nesse sábado, na busca vã de constranger o movimento estudantil de verdade em luta pela democracia universitária, são os grandes responsáveis pelos ataques ao nosso povo!
Os oportunistas não possuem firmeza ideológica no que fazem, tampouco logram vitórias em qualquer coisa que se propõem. Essa é sua peculiaridade: já nascem mortos e derrotados. Que não se enganem perante sua ínfima e corriqueira escapatória de nossa expulsão, como delegados eleitos democraticamente na UFMA.
Nós éramos de longe a força mais pujante, mais vibrante, mais representativa do que é o novo movimento estudantil dentro do referido Congresso, e isso causa temor, justamente entre aqueles que se rogam donos do movimento estudantil - incapazes de entender que o crescimento de uma força como a do nosso Coletivo se dá, justamente, mediante a conquista de vitórias concretas aos estudantes e de denúncia e ataque ao oportunismo que tanto atrasa o desenvolvimento da luta popular e democrática na universidade.
Não nos abalaremos um centímetro com as mentiras que sairão a rodo, promovidas por quem quer que seja. Estamos, desde já, informando, que iremos seguir em frente, denunciando e nos defendendo legalmente do que quer que apareça. Podem vir, que não temos medo!
Nos temperamos em aço, somos jovens lutadores que se colocaram no lugar de nossos companheiros e companheiras que vivem as mais difíceis situações de vida promovidas especialmente pelos partidos dos quais essas juventudes fazem parte. Juventudes velhas, representação da ordem econômica e política que vivemos!
Nós representamos o novo movimento estudantil e estamos reconstruindo muita coisa do zero, justamente por anos a fio dominados pelo burocratismo e peleguismo dessa turma, transformando a causa dos estudantes em mero trampolim eleitoreiro, perdendo o vínculo real com o povo e deixando as causas estudantis isoladas. Para continuarmos essa reconstrução, convocamos a juventude a não se deixar levar pelo murmúrio de quem acha que comanda alguma coisa. A juventude tem sede de luta e de justiça. Há dois caminhos no movimento estudantil, o caminho da independência e da combatividade, e o caminho oportunista, eleitoreiro e pelego. É ao primeiro que convocamos nossa juventude para cerrar fileiras!
Como diria o grande revolucionário russo Lênin ao se confrontar com os oportunistas de sua época, na sua obra "Que Fazer": “Pequeno grupo compacto, seguimos por um caminho escarpado e difícil, de mãos dadas firmemente. Estamos rodeados de inimigos por todos os lados e temos de marchar quase sempre debaixo do seu fogo. Unimo-nos em virtude de uma decisão livremente tomada, precisamente para lutar contra os inimigos e não cair no pântano vizinho, cujos habitantes, desde o início, nos censuram por nos termos separado num grupo à parte e por termos escolhido o caminho da luta e não o da conciliação.”
E vamos à luta!
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Recebemos, com muita alegria e certeza do caminho certo que traçamos, documento de organizações do povo que defendem e assinam nota em solidariedade aos ataques oportunistas sofridos pelo nosso Coletivo:
Nós entidades abaixo-assinadas manifestamos nosso total repúdio à coordenação do CEUFMA pelas hostilidades, intimidações e perseguições aos delegados democraticamente eleitos do Coletivo Estudantil Filhos do Povo, ao mesmo tempo em que tornamos público nosso total apoio a esse coletivo estudantil pela sua defesa intransigente de um movimento estudantil independente e combativo.
Fazemos nossa, com muito orgulho, a palavra de ordem do coletivo:
Derrubar os muros
Da Universidade
Servir ao povo
No campo e na cidade!
Buriticupu, 08 de dezembro de 2024
Comitê de Solidariedade à Luta pela Terra - COMSOLUTE
União das Comunidades em Luta (UCL)
Unidade Classista (UC)
União da Juventude Comunista (UJC)
Organização Popular (OPA)
Movimento das Comunidades Populares (MCP)
Brigadas populares/Pará
Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (CEPASP)
Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Agricultura Familiar do Povoado Vilela - Junco do Maranhão
Associação dos Trabalhadores em Agricultura Familiar do Povoado São Francisco de Barra do Corda
Associação de Trabalhadores Agrícolas do Assentamento de Açutiua - ASTRABACU/Carutapera
Associação dos Pequenos Agricultores do Povoado Iricuri/Carutapera
Associação dos Pequenos Agricultores do Povoado de Maracacoeira - APAPMA/Carutapera
Associação dos Produtores Rurais do Povoado São José do Piritiua/Carutapera
Associação dos Moradores do Povoado Sabonete - AMPS/Carutapera
Associação dos Trabalhadores em Agricultura do Povoado de Sodrelândia/Junco do Maranhão
Associação dos Produtores Rurais da Gleba Negra Velha/Luis Domingues
União de Agricultores Familiares da Comunidade São Francisco de Santa Helena/MA
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