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Juventude em luta: Soberania nacional se conquista com revolução agrária!

  • coletivoestudantil
  • há 1 dia
  • 7 min de leitura
Delegação maranhense no 26° Fórum Nacional de Entidades da Pedagogia composta por estudantes e camponeses da região do Vale do Rio Gurupi e de Barra do Corda.
Delegação maranhense no 26° Fórum Nacional de Entidades da Pedagogia composta por estudantes e camponeses da região do Vale do Rio Gurupi e de Barra do Corda.

O Coletivo Estudantil Filhos do Povo vem a público afirmar que a luta por soberania nacional é uma tarefa urgente e inadiável para todos os que verdadeiramente se colocam ao lado do povo brasileiro. No entanto, não se convence as massas da gravidade do momento histórico ao apresentar essa luta como uma mera disputa entre Lula, Bolsonaro e Trump, como se estivéssemos diante de projetos radicalmente distintos dentro de um mesmo sistema de dominação. Reduzir a questão da soberania a essa polarização estreita e superficial obscurece suas verdadeiras raízes: a dominação imperialista e a estrutura semicolonial do Estado brasileiro.


Repudiamos a forma como foi convocado o ato pela soberania nacional em São Luís, com uma chamativa que reduzia a luta do povo brasileiro contra a dominação estrangeira ao falso dilema “Lula x Bolsonaro e Trump”. Essa abordagem eleitoralista nada tem a ver com a construção real e a defesa da soberania nacional. Trata-se, na verdade, de uma antecipação oportunista do debate eleitoral de 2026, que em nada contribui para enfrentar a subordinação do Brasil ao imperialismo.

Querem defender soberania sem povo, sem mobilizar as milhares - quiçá milhões - de massas trabalhadoras no geral, especialmente as camponesas, que enfrentam sozinhas a guerra imposta pelo latifúndio financiado e apoiado pelo imperialismo com aporte bilionários do próprio governo “nacionalista” de Lula e seu vigoroso Plano Safra.


Não há soberania nacional possível enquanto se entrega, via Plano Safra, meio trilhão de reais ao agronegócio que açambarca nossas terras para produzir commodities voltadas ao mercado externo. Um setor que planta com sementes estrangeiras, opera com máquinas estrangeiras, depende de agrotóxicos e fertilizantes importados, é isento de impostos, gera pouco ou nenhum emprego, e ainda sufoca nossa vida política com ameaças constantes de golpe e, com suas milícias corruptas nos interiores do Brasil, causa uma verdadeira catástrofe social.


Em nome da "modernização", condenam o país à exportação bruta de produtos primários, tornando inviável o desenvolvimento científico, tecnológico e industrial. Num país estruturado para servir aos interesses do capital externo, conciliar com o latifúndio é perpetuar o atraso, a dependência e o caráter semicolonial de nossa economia.


Por isso, não se pode falar em soberania popular sem colocar no centro a luta concreta das massas- aquelas que resistem nas periferias urbanas e nas zonas rurais, enfrentando a espoliação de seus territórios, o arrocho econômico e a violência do Estado. É nessa resistência cotidiana, forjada nas demandas imediatas do povo, que se constrói a consciência política e a organização para uma verdadeira luta anti-imperialista. Dissociar soberania nacional da mobilização popular é esvaziar seu conteúdo revolucionário e alimentar a ilusão de que defendê-la significa apoiar governos que, há cinco mandatos, se mostram submissos ao capital internacional - o mesmo capital que saqueia nossas riquezas, devasta nossas florestas e reprime impiedosamente nosso povo.


Essa lógica é análoga à daqueles que criticam o Estado sionista de Israel em discursos, como Lula, mas mantêm intactas as relações diplomáticas e comerciais com o regime genocida, financiando sua máquina de extermínio com petróleo e importando armas manchadas com o sangue do povo palestino. A oposição à extrema-direita entreguista não pode, portanto, ser construída sobre as bases de um projeto que, por sua própria natureza, segue subordinado ao imperialismo.


Enquanto a extrema-direita assume abertamente a defesa da submissão completa do país aos interesses estrangeiros, com um discurso colonial e reacionário, o governo Lula - por meio de sua política de conciliação de classes e alianças com banqueiros, latifundiários e multinacionais - revela-se estruturalmente incapaz de enfrentar os ataques e os saqueios imperialistas que assolam o Brasil. Ainda que, pontualmente, adote um tom mais duro diante das autoridades ianques ou do delinquente-mor Trump, trata-se de manobras diplomáticas que em nada alteram a condição de espoliação e dependência em que vive nosso povo. A verdadeira defesa da soberania nacional só pode ser construída com a mobilização das massas populares e a ruptura com o imperialismo, e não com alianças de cúpula e ilusão institucional.


A narrativa do 'mal menor', longe de mobilizar, engana e desarma as massas. Ao ocultar as lutas concretas que se travam nas periferias urbanas e nas zonas camponesas - onde homens e mulheres resistem cotidianamente à ofensiva imperialista e ao domínio da oligarquia nacional -, ela bloqueia as possibilidades reais de transformação profunda e emancipadora. A falsa oposição entre o retrocesso reacionário da extrema-direita e a conciliação covarde que nem sequer promove reformas sociais serve apenas para garantir a continuidade do projeto de espoliação nacional e adiar, mais uma vez, a verdadeira libertação do povo brasileiro.


Estamos diante de um momento histórico decisivo, cujos sinais se apresentam diariamente diante de nossos olhos: a ingerência direta e escancarada das potências imperialistas que mantêm com o Brasil uma relação estruturalmente desigual, acumulando superávits bilionários às custas do nosso trabalho, das nossas riquezas e da nossa soberania. Vivemos a intensificação da guerra de classes no campo, a entrega acelerada do patrimônio nacional às corporações transnacionais, e o avanço predatório da mineração, do agronegócio e da grilagem sobre os territórios indígenas, quilombolas e camponeses. Não se trata de uma encenação ou exagero retórico, mas de uma verdadeira guerra concreta pela retomada do país das mãos do imperialismo - sobretudo do imperialismo norte-americano, mas também do canadense, do francês, do espanhol e de tantos outros que, no Maranhão, operam com total liberdade para pilhar nossos bens naturais e violentar nossas populações.


Acreditar que a solução para essa dominação pode vir das urnas, ou de uma suposta escolha entre o “mal maior” e o “mal menor”, é, para além de uma ilusão, uma traição à juventude, ao povo trabalhador e à história de luta e resistência que marcaram os avanços mais profundos da luta de classes no nosso país.


A verdadeira oposição à extrema-direita entreguista, lacaia e vendilhona - que está tanto na figura de Bolsonaro quanto no seu séquito de deliquentes e bandidos - se constrói nos enfrentamentos reais contra o domínio do capital internacional. Ela está na batalha de vida ou morte que travam os camponeses pobres organizados em torno da Revolução Agrária; está nos territórios retomados à força pelos povos indígenas; está na resistência das comunidades contra as mineradoras e o latifúndio; está no sangue derramado por nosso povo assassinados por pistoleiros e forças repressivas a mando dos latifundiários, apoiados e em conchavo com o imperialismo, patrocinados pela mesma extrema-direita local.


A juventude maranhense que deseja, de fato, se organizar e lutar pela soberania nacional do Brasil, deve começar por fazer o dever de casa: estudar profundamente a luta pela terra, compreender o papel do imperialismo na dominação de nosso povo e tomar partido ao lado dos pobres do campo e da cidade. É urgente abandonar as ilusões parlamentares e eleitorais, romper com o oportunismo das direções estudantis reformistas e colocar a energia revolucionária da juventude a serviço da transformação radical da sociedade.


É profundamente revelador que os autoproclamados patriotas das terras maranhenses não tenham emitido sequer uma palavra sobre os recentes episódios de brutal repressão e resistência popular no interior do estado - como os conflitos na região do Gurupi que tocam na vida de milhares de massas populares e, mais recentemente, em Barra do Corda, onde um camponês foi preso por dois meses por defender sua terra e seus companheiros contra grileiros e pistoleiros. Esses senhores do falso patriotismo agem como se o Maranhão se resumisse à capital São Luís, onde articulam seus conchavos e campanhas eleitorais, alheios ao que ocorre nas entranhas de nosso estado.


Vivem a cada dois anos a ilusão democrática das urnas, encenando uma oposição domesticada à direita, mas no fim das contas prestam o mesmo serviço sujo de gerenciamento do velho Estado, tal como fazem os políticos conservadores que fingem combater. Um exemplo escandaloso é o atual governador do Maranhão, Carlos Brandão, cujo oportunismo e subserviência aos interesses do latifúndio e do capital estrangeiro rivalizam com os piores representantes da velha oligarquia maranhense.


Esses "revolucionários" de fachada e "nacionalistas" de palco não ousam pisar nos territórios onde o povo trava, com sangue e coragem, a verdadeira luta pela soberania nacional. Recusam-se a conhecer as profundezas do Maranhão - aquelas veredas onde vive a imensa maioria do nosso povo, e onde os camponeses pobres, indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais erguem trincheiras de resistência contra a barbárie que o capital nacional e estrangeiro quer nos impor.


Patriotismo que se curva e ou se acovarda diante do latifúndio, que não confronta a mineração predatória, que não denuncia a militarização do campo nem defende os que derramam suor e sangue por justiça, é puro teatro. A máscara desses “progressistas” e “esquerdistas de gabinete” cai facilmente quando confrontados com a realidade concreta da luta popular.


Se querem falar em soberania, que comecem reconhecendo quem de fato a defende: homens e mulheres que, dia após dia, mesmo esquecidos, criminalizados e perseguidos, seguem firmes com os pés no barro, a enxada na mão e a dignidade estampada no rosto. Produzem alimento para o povo e riqueza para a nação, mesmo sob balas, venenos e a violência política imposta pelo latifúndio. São eles os verdadeiros patriotas.


Não há soberania nacional enquanto o imperialismo seguir fincado em nossas terras. Não há libertação popular sem a desde já defesa da Revolução Agrária, sem a tomada radical e violenta de todo latifúndio, sem o enfrentamento direto com as forças que mantêm o Brasil no atraso e submetem nosso povo à mais brutal miséria, à fome crônica e aos sofrimentos que assolam milhões. É justamente por isso que se agrava, nas periferias de São Luís - do Coroadinho à Liberdade, do Anjo da Guarda à Cidade Olímpica, do Bairro de Fátima à Cidade Operária - a carestia, o desemprego, a precarização da vida. Nessas comunidades, é crescente o número de famílias camponesas expulsas do campo que buscam desesperadamente alguma forma de sobrevivência nos centros “urbanos”.


E não haverá futuro digno para a juventude brasileira enquanto continuarmos a delegar a tarefa de nos libertar justamente àqueles que já demonstraram ser passivos, coniventes ou cúmplices da dominação imperialista e da exploração do nosso povo. Não é na “jabuticaba” que enfrentaremos a violência profunda que o imperialismo assola a nosso povo, é apoiando e se vinculando diretamente a uma guerra já em curso que, consciente ou não, enfrenta o imperialismo e os seus lacaios no nosso território.


Cabe a nós, juventude combativa e consciente, nos organizarmos nas universidades, nas escolas, nos bairros, nos centros acadêmicos verdadeiramente combativos. Coloquemos nossos corpos, nossa força e nosso coração ao lado daqueles que lutam com a vida pela construção do Brasil sobre novas bases: populares, democráticas e revolucionárias.


Jovens em luta: se organizem no Coletivo Estudantil Filhos do Povo!

Abaixo o imperialismo! Viva a Revolução Agrária!



 
 
 

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