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A Guerra no Campo Se Intensifica: É Hora dos Estudantes Apoiarem a Luta pela Terra!

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  • há 3 dias
  • 6 min de leitura

Atualizado: há 23 horas



Estudantes do Coletivo Estudantil Filhos do Povo (CEFP) em marcha com camponeses organizados pela UCL!
Estudantes do Coletivo Estudantil Filhos do Povo (CEFP) em marcha com camponeses organizados pela UCL!

TODO APOIO À RESISTÊNCIA DO POVO DO CAMPO! PELO APOIO ATIVO DOS ESTUDANTES À LUTA PELA TERRA!


O Coletivo Estudantil Filhos do Povo (CEFP) se soma com firmeza, combatividade e compromisso revolucionário à luta dos camponeses, indígenas, quilombolas, posseiros e demais povos do campo que enfrentam, com coragem e organização, o terror sistemático imposto pelo latifúndio e pelo velho Estado burguês-latifundiário.


O relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), publicado neste 23 de abril de 2025, escancara mais uma vez o caráter brutal da guerra agrária em curso no Brasil. Somente em 2024, foram registrados 2.185 conflitos no campo – o segundo maior número desde 1985. Desses, 1.680 foram disputas por terra, evidenciando que a questão agrária permanece no centro da luta de classes no país.


O relatório também aponta 266 conflitos por água, 151 casos de trabalho servil e 88 registros de resistência ativa — números que expressam a dimensão da violência estrutural imposta aos povos do campo e, ao mesmo tempo, revelam o vigor da sua luta.


Esse cenário confirma o que nós, filhos do povo, temos denunciado incansavelmente: a contradição entre os latifundiários reacionários e os pobres do campo é explosiva, como um barril de pólvora, atravessada pela repressão do agronegócio e pela resistência combativa das massas. A própria CPT afirma: “muitos povos não ficam parados ‘com a boca escancarada de dente, esperando a morte chegar’, mas RESISTEM”.


É essa resistência que saudamos, fortalecemos e à qual nos somamos com toda nossa disposição de luta. Somos parte da trincheira popular que enfrenta as classes dominantes e sustenta a esperança na construção de um Brasil democrático, popular e anti-imperialista, onde a terra pertença a quem nela vive e trabalha.


CAMPO EM CHAMAS: O LATIFÚNDIO MATA E O ESTADO APROVA


O latifúndio, eufemisticamente rebatizado como “agronegócio”, atua como uma verdadeira máquina de guerra contra o povo, movida pela sanha insaciável de lucro e poder. Em 2024, 13 assassinatos no campo foram confirmados, e em 46% desses casos os mandantes eram fazendeiros — expressão direta do domínio violento da terra pelas classes proprietárias. A repressão estatal também teve participação ativa: em pelo menos quatro desses crimes, houve envolvimento direto ou conivente de agentes das forças de segurança pública.


A ofensiva armada dos latifundiários não se limita às balas e às cercas elétricas: ela se estrutura cada vez mais sob a forma de milícias rurais, como demonstra a atuação do grupo paramilitar “Invasão Zero”, que operou em diversos estados com proteção institucional e respaldo político da Velha Ordem — essa mesma aliança podre entre o latifúndio, o Judiciário e o Estado burguês.

Na Câmara dos Deputados, essa cumplicidade se revela com brutal clareza: 44% dos projetos apresentados por parlamentares do Centro-Oeste estão diretamente voltados para os interesses do latifúndio e de suas milícias privadas — uma bancada ruralista que age como braço legislativo da guerra contra o povo.



No Mato Grosso do Sul, o terror atinge dimensões abertamente genocidas: mais da metade (52%) das tentativas de assassinato contra povos indígenas em 2024 ocorreram nesse estado, com destaque para o crime bárbaro cometido contra uma família Guarani-Kaiowá, carbonizada em um ataque ignorado pelas autoridades — em especial pela Polícia Civil, que se recusa a investigar, evidenciando sua cumplicidade com os interesses do latifúndio.


A RESISTÊNCIA SE LEVANTA: VIVA A ORGANIZAÇÃO DOS CAMPONESES!


Ao mesmo tempo em que cresce a violência reacionária, cresce também a resistência popular em todo o país. O ano de 2024 registrou o maior número de famílias envolvidas na luta pela terra nas últimas décadas: mais de 226 mil! Um dado que expressa não apenas a gravidade da crise agrária, mas sobretudo a determinação crescente das massas camponesas em romper com a ordem da concentração fundiária.


No Maranhão, um dos principais focos da expansão do latifúndio, a ofensiva contra o povo foi brutal: 363 casos de violência contra ocupações foram registrados, mais que o dobro do ano anterior. A resposta, no entanto, foi à altura do desafio. A União das Comunidades em Luta (UCL) convocou todos os territórios a unificarem suas forças contra a grilagem de terras, orientando as comunidades a se organizarem e estruturarem suas formas próprias de autodefesa popular.


Essa é também a nossa trincheira. Nós, do Coletivo Estudantil Filhos do Povo (CEFP), que temos construído ombro a ombro com nossos companheiros e companheiras da UCL, reafirmamos nosso compromisso militante de intensificar os laços e apoiar com firmeza e coragem a luta camponesa em curso — sem hesitação, sem vacilo, sem recuo!


Manifestação da UCL em Carutapera exigindo "Terra para quem nela vive e trabalha!". Data: 22/04.
Manifestação da UCL em Carutapera exigindo "Terra para quem nela vive e trabalha!". Data: 22/04.

A UNIVERSIDADE NÃO É NEUTRA: É PRECISO ESCOLHER UM LADO


Nós, estudantes, filhos e filhas do nosso povo, muitos de nós oriundos das zonas rurais do Maranhão, afirmamos com firmeza: a Universidade não pode se omitir diante da guerra em curso no campo brasileiro. O movimento estudantil, se quiser ser digno de seu nome e de sua história, deve romper com a paralisia burocrática, com a submissão vergonhosa aos governos de turno ou com a inércia elitista dissociada da realidade popular — e assumir seu papel histórico ao lado daqueles que lutam pela terra, contra a sanha criminosa do latifúndio e do agronegócio.


A luta pela terra é parte inseparável da luta popular por uma nova sociedade! Cada ocupação, cada retomada, cada processo de autodefesa camponesa, indígena e quilombola é expressão viva da luta de classes no Brasil — e não pode ser ignorada por quem se diz comprometido com a transformação radical da realidade.


Nosso povo está conclamando todos e todas que têm consciência e compromisso a elevar o nível de organização e combate para responder aos ataques dos nossos inimigos. E nós não podemos recuar! Só intensificando a luta entre as classes, e não falsamente as apaziguando, é que o povo brasileiro poderá arrancar vitórias concretas e pavimentar o caminho de uma verdadeira libertação popular.


Denunciamos, ainda, o silêncio cúmplice das instituições oficiais e dos partidos da falsa esquerda oportunista. Uns se omitem deliberadamente — como se a luta pela terra fosse um tema secundário no Brasil e, em especial, no Maranhão —, enquanto outros atuam como cúmplices ativos no avanço da violência contra o povo. O mesmo Governo Federal que se autointitula “popular” é responsável por 14% dos conflitos agrários registrados, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra. Em vez de combater o poder do latifúndio, escolhe intimidar as comunidades com o envio da Força Nacional, apostando na repressão mais brutal e desumana.


NENHUM DIREITO AOS GRILEIROS, AOS FASCISTAS E AOS SEUS CAPANGAS!


Diante do atual cenário de guerra agrária, da repressão do Velho Estado e da resistência crescente das massas populares, impõe-se como tarefa inadiável do movimento estudantil revolucionário somar-se com decisão, firmeza e compromisso à luta dos camponeses, indígenas, quilombolas. Não basta mais a solidariedade abstrata, o discurso vazio ou a retórica estéril das entidades burocratizadas: é necessário construir pontes concretas de apoio, vincular a militância estudantil às trincheiras reais de luta no campo, ampliar os espaços de formação política combativa e denunciar com vigor o avanço predatório do latifúndio sobre as terras de quem produz o alimento e a vida do povo brasileiro. A alta da inflação dos alimentos, que pesa cotidianamente sobre os ombros das massas trabalhadoras, não é fruto do acaso, mas resultado direto da concentração fundiária, da especulação agroexportadora e do uso da terra para lucro privado, e não para satisfazer as reais necessidades do nosso povo. Essa crise só poderá ser resolvida de forma definitiva com a terra nas mãos de quem nela vive e trabalha — e não do latifúndio que envenena, devasta e lucra com a fome do povo.


Defender o direito à terra, intensificar as formas de apoio direto à luta camponesa e romper com a neutralidade conivente da universidade não são bandeiras isoladas — são frentes estratégicas na batalha pela superação do latifúndio, do capitalismo burocrático e do domínio imperialista sobre nossas riquezas e territórios.


Cada universidade deve se transformar em trincheira de combate popular; cada centro e diretório acadêmico, em base de organização da juventude revolucionária; cada estudante consciente, em combatente a serviço dos que resistem contra toda forma de exploração, violência e opressão. Nosso lugar é ao lado do povo em luta!


SE O CAMPO NÃO PLANTA, A CIDADE NÃO ALMOÇA NEM JANTA!


TODO APOIO À LUTA PELA TERRA! VIVA A RESISTÊNCIA DO POVO DO CAMPO!


ABAIXO O LATIFÚNDIO, O VELHO ESTADO E SUAS MILÍCIAS PARAMILITARES!


PELA UNIÃO DOS QUE LUTAM — PROLETÁRIOS, ESTUDANTES E CAMPONESES NAS MESMAS TRINCHEIRAS!



 
 
 

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