A Guerra no Campo Se Intensifica: É Hora dos Estudantes Apoiarem a Luta pela Terra!
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Atualizado: há 23 horas

TODO APOIO À RESISTÊNCIA DO POVO DO CAMPO! PELO APOIO ATIVO DOS ESTUDANTES À LUTA PELA TERRA!
O Coletivo Estudantil Filhos do Povo (CEFP) se soma com firmeza, combatividade e compromisso revolucionário à luta dos camponeses, indígenas, quilombolas, posseiros e demais povos do campo que enfrentam, com coragem e organização, o terror sistemático imposto pelo latifúndio e pelo velho Estado burguês-latifundiário.
O relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), publicado neste 23 de abril de 2025, escancara mais uma vez o caráter brutal da guerra agrária em curso no Brasil. Somente em 2024, foram registrados 2.185 conflitos no campo – o segundo maior número desde 1985. Desses, 1.680 foram disputas por terra, evidenciando que a questão agrária permanece no centro da luta de classes no país.
O relatório também aponta 266 conflitos por água, 151 casos de trabalho servil e 88 registros de resistência ativa — números que expressam a dimensão da violência estrutural imposta aos povos do campo e, ao mesmo tempo, revelam o vigor da sua luta.
Esse cenário confirma o que nós, filhos do povo, temos denunciado incansavelmente: a contradição entre os latifundiários reacionários e os pobres do campo é explosiva, como um barril de pólvora, atravessada pela repressão do agronegócio e pela resistência combativa das massas. A própria CPT afirma: “muitos povos não ficam parados ‘com a boca escancarada de dente, esperando a morte chegar’, mas RESISTEM”.
É essa resistência que saudamos, fortalecemos e à qual nos somamos com toda nossa disposição de luta. Somos parte da trincheira popular que enfrenta as classes dominantes e sustenta a esperança na construção de um Brasil democrático, popular e anti-imperialista, onde a terra pertença a quem nela vive e trabalha.
CAMPO EM CHAMAS: O LATIFÚNDIO MATA E O ESTADO APROVA
O latifúndio, eufemisticamente rebatizado como “agronegócio”, atua como uma verdadeira máquina de guerra contra o povo, movida pela sanha insaciável de lucro e poder. Em 2024, 13 assassinatos no campo foram confirmados, e em 46% desses casos os mandantes eram fazendeiros — expressão direta do domínio violento da terra pelas classes proprietárias. A repressão estatal também teve participação ativa: em pelo menos quatro desses crimes, houve envolvimento direto ou conivente de agentes das forças de segurança pública.
A ofensiva armada dos latifundiários não se limita às balas e às cercas elétricas: ela se estrutura cada vez mais sob a forma de milícias rurais, como demonstra a atuação do grupo paramilitar “Invasão Zero”, que operou em diversos estados com proteção institucional e respaldo político da Velha Ordem — essa mesma aliança podre entre o latifúndio, o Judiciário e o Estado burguês.
Na Câmara dos Deputados, essa cumplicidade se revela com brutal clareza: 44% dos projetos apresentados por parlamentares do Centro-Oeste estão diretamente voltados para os interesses do latifúndio e de suas milícias privadas — uma bancada ruralista que age como braço legislativo da guerra contra o povo.
A esses canalhas assassinos do “Invasão Zero”, inimigos declarados do povo, deixamos um recado que ecoa em todo país da juventude combativa: vocês fugiram covardemente diante da autodefesa camponesa e estudantil organizada no Acampamento Menino Jonatas, em Jaqueira (PE). Lá, o povo pobre deu o exemplo de firmeza e resistência. E nós, do Coletivo Estudantil Filhos do Povo, temos divulgado com orgulho essa experiência vitoriosa às nossas bases e às massas em geral, como referência viva de luta organizada, combativa e popular.
No Mato Grosso do Sul, o terror atinge dimensões abertamente genocidas: mais da metade (52%) das tentativas de assassinato contra povos indígenas em 2024 ocorreram nesse estado, com destaque para o crime bárbaro cometido contra uma família Guarani-Kaiowá, carbonizada em um ataque ignorado pelas autoridades — em especial pela Polícia Civil, que se recusa a investigar, evidenciando sua cumplicidade com os interesses do latifúndio.
A RESISTÊNCIA SE LEVANTA: VIVA A ORGANIZAÇÃO DOS CAMPONESES!
Ao mesmo tempo em que cresce a violência reacionária, cresce também a resistência popular em todo o país. O ano de 2024 registrou o maior número de famílias envolvidas na luta pela terra nas últimas décadas: mais de 226 mil! Um dado que expressa não apenas a gravidade da crise agrária, mas sobretudo a determinação crescente das massas camponesas em romper com a ordem da concentração fundiária.
No Maranhão, um dos principais focos da expansão do latifúndio, a ofensiva contra o povo foi brutal: 363 casos de violência contra ocupações foram registrados, mais que o dobro do ano anterior. A resposta, no entanto, foi à altura do desafio. A União das Comunidades em Luta (UCL) convocou todos os territórios a unificarem suas forças contra a grilagem de terras, orientando as comunidades a se organizarem e estruturarem suas formas próprias de autodefesa popular.
Essa é também a nossa trincheira. Nós, do Coletivo Estudantil Filhos do Povo (CEFP), que temos construído ombro a ombro com nossos companheiros e companheiras da UCL, reafirmamos nosso compromisso militante de intensificar os laços e apoiar com firmeza e coragem a luta camponesa em curso — sem hesitação, sem vacilo, sem recuo!

A UNIVERSIDADE NÃO É NEUTRA: É PRECISO ESCOLHER UM LADO
Nós, estudantes, filhos e filhas do nosso povo, muitos de nós oriundos das zonas rurais do Maranhão, afirmamos com firmeza: a Universidade não pode se omitir diante da guerra em curso no campo brasileiro. O movimento estudantil, se quiser ser digno de seu nome e de sua história, deve romper com a paralisia burocrática, com a submissão vergonhosa aos governos de turno ou com a inércia elitista dissociada da realidade popular — e assumir seu papel histórico ao lado daqueles que lutam pela terra, contra a sanha criminosa do latifúndio e do agronegócio.
A luta pela terra é parte inseparável da luta popular por uma nova sociedade! Cada ocupação, cada retomada, cada processo de autodefesa camponesa, indígena e quilombola é expressão viva da luta de classes no Brasil — e não pode ser ignorada por quem se diz comprometido com a transformação radical da realidade.
Nosso povo está conclamando todos e todas que têm consciência e compromisso a elevar o nível de organização e combate para responder aos ataques dos nossos inimigos. E nós não podemos recuar! Só intensificando a luta entre as classes, e não falsamente as apaziguando, é que o povo brasileiro poderá arrancar vitórias concretas e pavimentar o caminho de uma verdadeira libertação popular.
Denunciamos, ainda, o silêncio cúmplice das instituições oficiais e dos partidos da falsa esquerda oportunista. Uns se omitem deliberadamente — como se a luta pela terra fosse um tema secundário no Brasil e, em especial, no Maranhão —, enquanto outros atuam como cúmplices ativos no avanço da violência contra o povo. O mesmo Governo Federal que se autointitula “popular” é responsável por 14% dos conflitos agrários registrados, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra. Em vez de combater o poder do latifúndio, escolhe intimidar as comunidades com o envio da Força Nacional, apostando na repressão mais brutal e desumana.
NENHUM DIREITO AOS GRILEIROS, AOS FASCISTAS E AOS SEUS CAPANGAS!
Diante do atual cenário de guerra agrária, da repressão do Velho Estado e da resistência crescente das massas populares, impõe-se como tarefa inadiável do movimento estudantil revolucionário somar-se com decisão, firmeza e compromisso à luta dos camponeses, indígenas, quilombolas. Não basta mais a solidariedade abstrata, o discurso vazio ou a retórica estéril das entidades burocratizadas: é necessário construir pontes concretas de apoio, vincular a militância estudantil às trincheiras reais de luta no campo, ampliar os espaços de formação política combativa e denunciar com vigor o avanço predatório do latifúndio sobre as terras de quem produz o alimento e a vida do povo brasileiro. A alta da inflação dos alimentos, que pesa cotidianamente sobre os ombros das massas trabalhadoras, não é fruto do acaso, mas resultado direto da concentração fundiária, da especulação agroexportadora e do uso da terra para lucro privado, e não para satisfazer as reais necessidades do nosso povo. Essa crise só poderá ser resolvida de forma definitiva com a terra nas mãos de quem nela vive e trabalha — e não do latifúndio que envenena, devasta e lucra com a fome do povo.
Defender o direito à terra, intensificar as formas de apoio direto à luta camponesa e romper com a neutralidade conivente da universidade não são bandeiras isoladas — são frentes estratégicas na batalha pela superação do latifúndio, do capitalismo burocrático e do domínio imperialista sobre nossas riquezas e territórios.
Cada universidade deve se transformar em trincheira de combate popular; cada centro e diretório acadêmico, em base de organização da juventude revolucionária; cada estudante consciente, em combatente a serviço dos que resistem contra toda forma de exploração, violência e opressão. Nosso lugar é ao lado do povo em luta!
SE O CAMPO NÃO PLANTA, A CIDADE NÃO ALMOÇA NEM JANTA!
TODO APOIO À LUTA PELA TERRA! VIVA A RESISTÊNCIA DO POVO DO CAMPO!
ABAIXO O LATIFÚNDIO, O VELHO ESTADO E SUAS MILÍCIAS PARAMILITARES!
PELA UNIÃO DOS QUE LUTAM — PROLETÁRIOS, ESTUDANTES E CAMPONESES NAS MESMAS TRINCHEIRAS!
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